Abel: uma gororoba contra o JuventudeFoto: Valdir Friolin |
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Abel Braga foi racional e coerente ao escalar o time que começou a partida contra o Juventude. Não tendo Magrão, recolocou Wellington Monteiro na segunda posição do meio-campo e mandou Jonas para o lado direito da defesa.
Outra vez à disposição, Orozco retomou o seu espaço, naturalmente. E nas demais funções, foram escalados todos os que vinham jogando. Tudo certo, sem invenções.
Entretanto, com poucos minutos de jogo viu-se, com absoluta clareza, que o Juventude povoava o meio-campo com um quarteto de meio-campistas que se completava com o recuo eficiente e participativo de um dos atacantes. O Inter, enquanto isso, jogava apenas com três homens no meio: dois volantes (Edinho e W. Monteiro) e um articulador (Alex) que era marcado quase pessoalmente. Jonas e Ramon jogavam como laterais, abertos pelos flancos.
Assim formadas as duas equipes, o Juventude apossou-se do meio-campo — efeito da sua superioridade numérica — e passou a pressionar a defesa colorada desde o início da partida. O quadro indicava a conveniência de Abel substituir um dos três zagueiros por um jogador de meio-campo e buscar equilíbrio na disputa pelo controle do setor.
Mas o treinador nada fez. O Juventude sufocou durante os 45 minutos iniciais, marcou o seu gol e nenhuma providência saiu do reservado do Inter.
No intervalo, Abel tomou várias decisões. Tendo que substituir Edinho, machucou o tornozelo, buscou em Andrezinho o seu substituto. Um meia-atacante no lugar de um volante defensivo. Adriano, que não teve bom desempenho, também ficou no vestiário. Quem voltou ocupando a sua vaga foi Adriano. Um centroavante no lugar de um lateral. O time virou uma gororoba, com vários jogadores se superpondo no ataque.
Piorou quando Wellington Monteiro se lesionou e Abel remeteu Roger, um meia-atacante, para jogar como volante, na frente da zaga colorada. Desapareceu, então, qualquer vestígio de time.
Como o Juventude recuou, buscando preservar o resultado, e os jogadores colorados foram tocados nos seus brios, reagindo com animada desorganização, algumas situações para a marcação de gols, poucas, foram criadas no ataque do Inter. Tudo fruto do entusiasmo e dedicação dos profissionais.
Insuficiente esforço. Foi o Juventude que, em uma escapada, quase marcou quando Ivo acertou a trave esquerda de Renan. Jogando mais, ganhou o Juventude. Porque tem melhor time que o Inter? Não, é a resposta. Por que possui individualidades técnicas superiores às do Inter? A resposta, novamente, é negativa. Então, ganhou por quê?
Qualquer pessoa que consiga ver em um jogo além das atuações individuais, viu que Edson Gaúcho deu um banho tático. Foi assim que o Inter perdeu e o Juventude ganhou.
Os motivos que levaram o Inter a perder os dois últimos campeonatos gaúchos repetiram-se, inteiramente, no jogo de sábado. Mas ninguém está proibido de discordar. Quem quiser poderá explicar a derrota pela arbitragem, os fluídos momescos da hora ou, até, por concluir que o Juventude tem melhores jogadores e, por isso, seu time é superior ao do Inter. À vontade!
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