Krieger prefere o esquema 4-4-2Foto: Vitor Rodrigues |
Pela primeira vez, André Krieger abriu o jogo revelando que prefere o 4-4-2. O dirigente do futebol gremista justificou a sua preferência destacando que "neste esquema tático o meio-campo fica mais povoado". A manifestação de Krieger reforça a certeza de que os dirigentes não interferem nos assuntos da equipe, mesmo quando pensam diferente do treinador.
Este comportamento é bom, mas também é ruim. É positivo à medida em que o treinador tem liberdade absoluta para fazer o seu trabalho e aplicar, exclusivamente, as suas ideias. Mas, pode ser negativo quando o técnico está errado e o dirigente permite a manutenção do erro, mesmo prejudicando o time e o clube.
A relação entre dirigentes e treinadores é, muitas vezes, complicadíssima, principalmente quando os profissionais são intransigentes e movem-se como se fossem donos do clube. São poucos os treinadores que admitem e, mais do que isso, gostam de ouvir o que os dirigentes pensam. Muitas vezes, é verdade, quem dirige não tem contribuição alguma a dar. Em outras, contudo, teriam boas sugestões para oferecer e não o fazem por consideração e, até, por omissão.
Certa vez, Figueroa treinava o Inter e Ibsen Pinheiro era diretor de futebol. Diante da escalação faceira que o treinador definira para enfrentar o Goiás, Ibsen atreveu-se a fazer este comentário, a Figueroa:
— Com esta escalação, estamos na ante-sala do fiasco.
Figueroa ouviu e retrucou:
— Que nada, o Inter é grande, precisa atacar.
Terminado o jogo, o Inter voltou para o vestiário carregando as dores de uma histórica goleada.
Abel Braga treinava o Inter e Fernando Carvalho estava assustado com a predileção do treinador por escalações extremamente fortes para atacar e fraquíssimas para se defender. Daquelas escalações que visavam "ir para dentro do adversário" como gostava de repetir o treinador. Mas, foi assim que o Inter se preparou para os Gre-Nais que decidiriam o Gauchão. O Inter foi mal no primeiro clássico realizado no Olímpico e antes do segundo, Carvalho decidiu ponderar para Abel que o time estava aberto demais. O treinador pediu crédito, garantiu que ganharia o jogo e o título e o resultados todos conhecem: Grêmio campeão. Depois desta decisão, Fernando Carvalho resolveu interferir. Abel atendeu os pedidos do dirigente e o fim da história também é conhecido: Inter campeão da Libertadores e do Mundo.
Certos treinadores fazem carreira mais por sorte do que por juízo. Celso Roth manteve, em 2009, o mesmo esquema tático de 2008. Não percebeu que tinha perdido Rafael Carioca, Pereira e Willian Magrão, o que fazia uma diferença enorme. Teimoso, também não viu que o time, este ano, não contava com jogadores apropriados para jogar no 3-5-2. Afundou após uma sequência de derrotas em Gre-Nais e hoje choraminga e lamenta o que considera ter sido injustiça. Seu sucessor, Marcelo Rospide, não teve coragem para revogar as ideias do seu mestre. Agora, chega Paulo Autuori. Se tivesse a mínima vocação para jogador, apostaria que Autuori vai mudar o esquema tático do Grêmio. Não é preciso ser genial para perceber o que não funciona.
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