Luiz Onofre Meira e André KriegerFoto: Mauro Vieira e Arivaldo Chaves |
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É compreensível a aspiração de qualquer torcedor que ele abra o jornal, ligue o rádio e a TV nos espaços esportivos e encontre notícias e opiniões sobre o seu time. É dever da imprensa dar ampla cobertura aos fatos que cercam os clubes, levando-os para as suas torcidas, ainda que portões sejam fechados e bocas lacradas por imposição de certos treinadores. O quadro se agrava ainda mais quando em um cenário onde se destacam dois grandes clubes, apenas um deles ofereça conteúdos informativos. É o que está acontecendo em Porto Alegre. O Grêmio não contrata, não vende e não joga. Há mais de 15 dias persiste a tediosa novela chamada Paulo Autuori — quando vem? Já se falou e escreveu sobre o treinador pretendido, revelou-se a biografia do interino e opinou-se sobre os reforços que supririam carências do time. E acabou. A fonte secou. O Grêmio saiu do noticiário por falta de notícias. Se alguém conhecer receitas culinárias cujos nomes se relacionem com o Grêmio é só escrever, serão publicadas. Para encerrar, duas reiterações que deveriam ser dispensadas mas se impõe pela dificuldade que alguns torcenautas têm para compreender o que lêem. Aliás, interpretação de texto é uma das maiores falhas no ensino da língua portuguesa. Vamos a elas: TRADIÇÃO DA DUPLA — Quem não conhece a história do futebol gaúcho informe-se com as pessoas mais experientes. Elas ensinarão que Grêmio e Inter diferem na sua cultura futebolística. O Grêmio sempre priorizou o futebol baseado na força e marcação (pegada) enquanto o Inter e os colorados, historicamente, têm maior reverência pelo futebol habilidoso, mais técnica do que pegada. São traços culturais que se firmaram no tempo. Não significa que as equipes formadas no Olímpico nunca foram qualificadas tecnicamente, ou que os times colorados jamais tiveram força e marcação. Aliás, foram os Mandarins (perguntem aos mais velhos quem foram) que tentaram mudar, no Inter, a cultura do futebol apenas técnico para um padrão de mais força e velocidade. Aliás, foi depois deles que o Inter conquistou os seus maiores títulos. Porém, de tempos em tempos no Beira-Rio ressurge a vocação para o futebol meio alegrinho. Ibsen Pinheiro, frequentemente, explica as razões que motivaram o surgimento dos Mandarins, do qual ele fez parte. É preciso não misturar resultados com estilo. Tampouco radicalizar na leitura destas circunstâncias. Outro tema que, infelizmente, exige uma re-explicação: cada um pode gostar ou não de Tite. O que este blogueiro destacou foi que o Inter demorou muito tempo para contratar este treinador porque, bobamente, alegava-se que ele era gremista. É possível que ele seja considerado bom treinador por alguns e mau treinador por outros. Eu me situo no primeiro grupo, embora não esteja dizendo, assim, que Tite não erra. Erra sim. Mas o que pessoas sensatas não podem ignorar é que não seja uma rematada tolice carimbar um profissional de colorado ou gremista. Tite é um profissional do futebol. Dele retira o sustento da sua família e garante o futuro dos seus filhos. É preciso ser muito bobinho para achar que nestas condições ele deixaria o torcedor substituir o profissional. Será que deu, finalmente, para entender?
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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