Roth não conseguiu consolidar uma equipe a tempo em 2009Foto: Fernando Gomes |
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Ser desclassificado no Gauchão não é, para o Grêmio, um grande problema. O clube, por seus porta-vozes, repetiu à exaustão que o campeonato estadual não era sua prioridade.
Foi surpreendente até que tenha sido uma derrota no Gauchão a causa da demissão de Celso Roth. Se o Gauchão não importava, por que demitir o treinador? Mas, repito, cair fora deste campeonato não deveria ter afetado o humor do Grêmio. A razão para apreensões não é a desclassificação mas, sim, o atraso na consolidação da equipe.
Ninguém, salvo escassas exceções, deixou de compreender que a Libertadores da América era a competição mais importante e, portanto, priorizá-la, uma imposição sensata e compreensível. Como fazê-lo, esta era a questão crucial. E o Grêmio, no entendimento deste modesto comentarista, errou feio ao ignorar que um time precisa jogar para se afirmar.
Equipes não se formam no vestiário ou na concentração, mas apenas dentro do campo, jogando, enfrentando as durezas dos confrontos. O time gremista jogou pouco, em nome do temor de lesões, contingência inerente ao futebol. Jogadores se machucam jogando, treinando (caso de Alex Mineiro), independente da qualidade do adversário. Uma verdadeira lavagem cerebral foi executada no vestiário do Grêmio, incutindo nos jogadores a política da preguiça. Trabalhar?
Ora, se o trabalho implica risco de lesões, não vamos trabalhar. Assim, o time titular do Grêmio enfrentou o São Luiz, no Olímpico, em uma segunda-feira, e programou-se para trabalhar, novamente, apenas na terça-feira da semana seguinte. Um acidente de percurso determinou que fosse antecipada a sua volta ao trabalho, no Gre-Nal.
Na terça-feira, o Grêmio titular voltou a campo para encarar um adversário tão fraco quanto os mais fracos disputantes do Gauchão. Quase um jogo-treino, sem grandes desgastes. Voltará a trabalhar, agora, na quarta-feira da próxima semana. Treinar faz bem, mas jogar é essencial. Jogando pouco, o time não fina, fica carente de força coletiva, dependente de soluções individuais. É o caso do Grêmio.
O Gre-Nal não deve iludir. Este foi um jogo especial. O treinador escalou o time com quatro zagueiros, transformou Souza em ala, preparou-se para não perder e quase acabou ganhando por força da sua principal virtude: a bola parada. Futebol coletivo, entretanto, foi e continua abaixo das necessidades do Grêmio.
O erro, portanto, foi estimular o torcedor a inticar com o Inter que não disputa esta Libertadores, desviando a discussão do ponto quer mais interessava ao Grêmio: dotar o time de conjunto e força coletiva suficientes para transformá-lo em um efetivo candidato ao título sul-americano. Tomara que ainda haja tempo para compensar o atraso da preparação.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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