Foto: Jones Lopes da Silva, Banco de Dados - 31/03/2008 |
Estive em São Paulo no fim de semana e, neste período de dois dias, respondi mais de 10 vezes a mesma pergunta, feita por colegas paulistas:
— O Muricy Ramalho vai mesmo para o Inter, em 2009?
Se estão falando em São Paulo, é porque alguém está deixando vazar esta possibilidade. E não seria, provavelmente, o Internacional.
Muricy tem dado entrevistas em tom queixoso. Na Gaúcha, após o jogo entre São Paulo e Portuguesa, o treinador do São Paulo lamentou que "aqui eles não contratam" e, principalmente, "tive que buscar soluções entre jogadores que estava fora dos planos do clube, caso de Jean".
Quem conhece Muricy sabe que ele, além de bom treinador, teimoso e mal educado, é um sujeito muito esperto. Quando estava no Beira-Rio, nos seus últimos meses, eram freqüentes as notícias de que estaria se transferindo para o Morumbi. Muricy queria trabalhar no São Paulo e, convenientemente, todas as especulações o remetiam para o Morumbi.
Agora, as especulações flutuam, todas indicando que o treinador poderá trabalhar no Inter, no ano de Centenário. E treinar o Inter é do indisfarçável agrado de Muricy.
Muricy ganha, atualmente, cerca de R$ 250 mil mensais. Wanderley Luxemburgo, faz muito tempo, ganha o dobro. E Mano Menezes entrará 2009 superando o salário de Muricy. Como os seu últimos anos foram de títulos importantes e grandes campanhas, é razoável que Muricy Ramalho esteja pensando em se tornar, quem sabe, o treinador mais bem pago do Brasil.
Desconsiderando que almejar altos ganhos é direito de cada pessoa, impõe-se refletir sobre a conveniência de clubes brasileiros, sempre atolados em dívidas e déficits, gastar mais de meio milhão de reais com treinadores. Não se trata de julgar méritos mas, sim, das possibilidades econômicas reais dos clubes.
Dar passos maiores do que as próprias pernas é quase norma dos clubes brasileiros. Mas, esta é uma política impossível de ser mantida, indefinidamente. Enfim, problema dos clubes.
Muricy Ramalho no Inter, em 2009, é do que mais se fala, em São Paulo.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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