Jogadores conversam com integrantes da Geral sobre desempenho do GrêmioFoto: Diego Vara |
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A internet e os espaços radiofônicos destinados às manifestações de torcedores estão produzindo uma verdadeira máquina de distorcer fatos. Basta que uma pessoa expresse uma opinião apoiada em fatos modificados que já se forma uma corrente de arautos desta manifestação. Está acontecendo com muita freqüência.
É fácil perceber quando se tem o dever profissional de escutar todos os programas esportivos das rádios e ler as páginas esportivas de todos os jornais. No caso da "invasão" ao treino do Grêmio, comecei a receber nas últimas horas muitos e-mails de torcedores com conteúdo absolutamente igual, isto é, relatando versão única sobre os acontecimentos de terça-feira, relacionados com outro episódio similar, acontecido tempos atrás.
Ué, de repente centenas de torcedores lembraram da mesma coisa, e da mesma maneira?
Entre os muitos e-mails que venho recebendo, selecionei este, que reproduzo a seguir, pela sua clareza e distinção nos termos usados pelo torcedor:
"Olá, Wianey!
Na sua coluna de hoje na Zero Hora, e também ontem no programa Sala de Redação, do qual sou fiel ouvinte, você falou sobre o abandono da postura de apoiar o time, por parte da torcida Geral do Grêmio.
Não sou 'geraldino' mas gostaria de lembrá-lo, caso tenha esquecido, que foi essa mesma Geral do Grêmio que fez um protesto pacífico no treino gremista após a derrota de 3x0 para o Caxias, nas semifinais do Gauchão de 2007. E o resultado foi um arrasador 4x0 no Olímpico, onde os caxienses nem viram a cor da bola.
O "sacode" da torcida pode não ter sido o motivo principal da bela atuação, mas com certeza o sentimento de indignação deles ajudou os jogadores a entrarem com tanta vontade em campo.
Grato,
Jean Argenta,
Canela-RS"
Caro Jean, aquela não foi nem uma invasão de treino e, menos ainda, pacífica. Os torcedores se postaram no caminho do vestiário para o gramado suplementar e xingaram, fortemente, os jogadores. Tcheco parou para conversar e não houve interferência de nenhum dirigente.
Nos dias seguintes, como está acontecendo agora, foi reforçada a proteção dos profissionais com a instalação de mais uma grade. Quanto ao resultado final, 4 a 0, não creio que tenha sido efeito das pressões mas, muito mais, pela inexperiência do treinador do Caxias que, antes do segundo jogo, no Olímpico, anunciou que atacaria o Grêmio.
Escrevi, na época, que se o Caxias quisesse atacar o Grêmio, no Olímpico, perderia o jogo e o título. Além da ingenuidade do treinador do Caxias, o próprio Grêmio estava indignado com os 3 a 0 sofridos no Estádio Centenário. Haveria resposta no Olímpico. Não deu outra.
Jean, se pressão funcionasse, bastaria que a torcida fosse aos treinamentos munida de chicotes. Após algumas chicotadas, o time entraria em campo e ganharia os seus jogos. Ora, não é assim. Será que os grandes títulos do Grêmio foram obtidos porque houve "sacode" da torcida? Tu e eu sabemos que não.
Abração,
Wianey
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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