Foto: Banco de Dados ZH |
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Paulo Roberto Falcão gosta de lembrar que em determinado jogo da Seleção Brasileira os jogadores foram alertados para que tivesse extremo cuidado com a jogada área para Briegl, atacante adversário. A recomendação foi repetida até a entrada do time em campo. "Cuidado com a cabeçada do Briegl!", a frase martelava na cabeça dos brasileiros. "Briegl, Briegl! Cuidado com ele! Pelo alto, é mortífero. Ninguém esqueça. Marcação no Briegl. Não deixem ele cabecear!", ninguém haveria de esquecer a orientação tantas vezes repetida.
Começa o jogo. Com quatro minutos de bola rolando, o Brasil já estava perdendo por um a zero. Gol dele, Briegl, de cabeça.
A história lembrada por Falcão casa-se com a nova moda lançada pelos treinadores brasileiros: fechar os portões nos treinamentos. Ninguém entra, ninguém vê, logo, ninguém analisa e critica ou elogia decisões dos treinadores. Depois, nos jogos, é que se vê verdadeiras barbaridades engendradas pelos técnicos. Mas, aí é tarde demais.
Grande parcela dos torcedores pensa que as críticas aos portões fechados é apenas inconformidade da imprensa, por não pode ver os treinos. Besteira. Com portões fechados ou não, o trabalho da imprensa segue, normalmente. Alguém já se deparou com uma pagina de jornal em branco por que o treino do dia anterior foi feito com portões fechados? Ou, que o mesmo motivo tenha feito uma emissora de rádio tocar músicas no lugar do noticiário esportivo? Ou, ainda, que por efeito do treino com portões fechados a emissora de televisão precisou substituir o noticiário esportivo por desenhos animados do Popeye?
Para a imprensa, não faz diferença alguma se os treinos são feitos com portões abertos ou fechados. Os efeitos são transferidos para o consumidor de notícias, que não recebe todas as informações que poderia receber. Pior, entretanto, é a situação do torcedor, muitas vezes surpreendido por escalações malucas planejadas atrás dos portões e que poderiam ser contidas se houvesse a análise contrária da crítica e da torcida.
Mas, que fechem os portões para os treinamentos. Assim estão agindo Roth, Tite, Muricy, Luxemburgo e, agora, também Adílson Batista. Significa que na próxima rodada os times destes treinadores apresentarão jogadas ensaiadas fantásticas, escalações revolucionárias, etc. No final da rodada, não haverá vencidos, apenas vencedores. Ou, em hipótese mais provável, todos os jogos terminarão empatados.
Não será assim, como não tem sido. Os treinamentos com portões fechados não estão rendendo bulhufas para Grêmio e Inter. As atuações e os resultados são a prova definitiva. Os treinadores só escondem os treinos porque querem preservar a sua onipotência. São os donos dos times e que ninguém se atreva a criticá-los. Fecham portões para, depois, mostrarem como se faz para um time jogar menos do que pode e deveria e sair pelo Brasil afora fazendo fiascos.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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