Foto: Diego Vara |
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No atletismo, quebrar marcas é sempre o objetivo. Não há limites. No futebol, entretanto, a situação é um pouco diferente. Um time, qualquer um, tem o seu limite. E, diferente do que acontece no atletismo, o futebol não oferece ferramentas infalíveis para medir o rendimento coletivo.
Por exemplo: uma equipe pode ter péssima produtividade e deixar o gramado vitoriosa. Isto não acontece no atletismo, em que só a excelência do trabalho premia com boas marcas.
O Grêmio, como qualquer outro time, tem o seu limite. E se não for suficiente, será impossível ganhar o título em uma competição disputada por todos os competidores em condições absolutamente iguais. É possível que o limite do Grêmio tenha sido atingido no primeiro turno do campeonato, quando o time conseguiu o invejável aproveitamento de 72%.
Veio o segundo turno e o rendimento caiu. Por quê? Por várias razões: os demais times cresceram e o Grêmio passou a sofrer problemas que não havia enfrentado na fase inicial, como desfalques por lesões e suspensões. Quando esta circunstância se apresenta, normal e rotineira, erra-se o diagnóstico com muita freqüência. E aí, aplica-se o tratamento indevido.
Aconteceu com o Grêmio, diante do Sport. Celso Roth resolveu, repentinamente, mudar tudo. Trocou o 3-5-2 pelo 4-4-2, mexeu na escalação da defesa, alterou o meio-campo e substituiu o ataque inteiro. Revogou o principal valor do primeiro turno: a força coletiva que o Grêmio tinha adquirido pela reiteração do esquema e da escalação.
Não está proibido ao treinador de qualquer time substituir peças que, eventualmente, não estejam funcionando bem. Mas, mesmo nestas ocasiões, é preciso alguma parcimônia. Fases menos produtivas acontecem na vida de qualquer jogador. Porém, é essencial não desconstruir estruturas com as quais o elenco inteiro está habituado.
Roth mexeu demais e, provavelmente, deu-se conta do erro, o que seria positivo para o Grêmio. Mas, qual seria o tratamento recomendável para os últimos jogos do campeonato?
Acho que a saída é simples: recuperar as virtudes do turno inicial. Manter o esquema tático, a primeira delas. E olha que estou entre aqueles que não tem qualquer admiração pelo 3-5-2.
A segunda providência seria recolocar todas as peças nos seus lugares. Não faria mal, também, se fossem feitas reavaliações e, sendo o caso, adotadas reconsiderações. Exemplos:
• Qual foi o jogador que deu melhor resposta na ala-esquerda, este ano?
• Paulo Sérgio e Mattioni, quem foi mais produtivo na ala-direita?
• Com qual dupla de atacantes o time se entrosou melhor?
Após o jogo contra o Sport, Celso Roth voltou a distribuir elogios a Souza. Todos procedentes, admita-se. Entretanto, como Souza entraria no time, sem que fosse alterado o esquema tático?
Finalmente, um inimigo monumental que sempre ataca nestas horas de questionamentos: a tentação de acomodar os jogadores mais técnicos no time. O resultado mais freqüente desta operação é o desequilíbrio da equipe.
Para terminar: Celso Roth precisa redescobrir as razões que trouxeram o Grêmio até aqui, na liderança do campeonato. Não revogar as virtudes que deram ao Grêmio o título de melhor time do primeiro turno.
Boa memória, é o primeiro remédio que deveria ser ministrado no Olímpico.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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