Diego SouzaFoto: Pedro Vilela, AE |
![]() |
Vou falar mal da Justiça Desportiva brasileira e não pensem que o faço, apenas, por efeito da absolvição de Diego Souza. O próprio Cacalo, no Sala de Redação, entendeu que havia bons argumentos para os advogados do Palmeiras defenderem a tese de que o lance em que Diego Souza atinge Fabrício, Cruzeiro, foi um acidente e não uma agressão. Pode ter sido. Mas, também pode não ter sido.
Move-me afirmar que a justiça do nosso futebol é imprestável por muitas outras razões. Os maiores imbróglios do futebol foram paridos por julgamentos indecorosos, tanto no âmbito regional como no nacional. Muitas "viradas de mesa" foram provocadas por barbaridades do STJD, sempre sensível aos poderosos do centro do país. Houve um momento em que decisões estapafúrdias dos tribunais esportivos deixaram como única alternativa a busca por compensações na Justiça Comum. O resultado é conhecido: a CBF ficou inviabilizada de organizar o Campeonato Brasileiro e os clubes, através do Clube dos 13, viram-se obrigados a promover um campeonato substituto. Se não o fizessem, explicou Fábio Koff, reiteradas vezes, não haveria competição nacional. Seria a falência dos próprio futebol brasileiro.
Mais recentemente, o STJD aprovou a decisão estúpida do seu ex-presidente, Luiz Zweiter, anulando onze jogos por "suspeita de contaminação por fraude". Foi o único caso acontecido no mundo.
Agora, surge uma novidade: o procurador do STJD, Paulo Schmidt, um verdadeiro "pavão zangado", resolveu meter-se a árbitro utilizando imagens de televisão para questionar decisões que, entende, deveriam ter sido tomadas pelos apitadores. Um árbitro corregedor. Seria aceitável se o procurador limitasse a sua gana punitiva aos casos em que jogadores, driblando a visão do árbitro, agridem adversários e são flagrados pelas câmeras de televisão. Porém, Schmidt resolveu "apitar" os jogos pela televisão.
Diego Souza poderia ser absolvido, sem problema alguma. O diabo é que tanto ele quanto André Luiz, Grêmio, foram denunciados através do mesmo processo e o jogador palmeirense, mesmo sendo reincidente específico, foi absolvido enquanto o primário atleta do Grêmio pegava dois jogos de suspensão. Não é de desconfiar?
Esta justiça Desportiva não serve. É imprestável. A causa está na sua própria constituição. Os julgadores trabalham de graça, o que é reprovável. São indicados por entidades e, muitas delas, sofrem influência decisiva da CBF na hora da apresentação de nomes. Sem contar que a esmagadora maioria dos julgadores provém apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. E são todos torcedores.
Não desconfio dos árbitros que atuam nos jogos. A maioria erra por incompetência ou porque o erro é inevitável. Mas, estão todos, sempre, sob o crivo das torcidas, imprensa, etc. Ainda que algum desgarrado siga pelo caminho da desonestidade, a maioria é séria. Nos tribunais esportivos, entretanto, permanece uma certa impunidade no ar. E se algum clube se insurge, vai para o banco dos réus.
Decididamente, a Justiça Desportiva brasileira é imprestável.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
Fale com o colunista
wianey.carlet@zerohora.com.br
Wianey por Rosane:
"Ele é o multimídia incansável. Trabalha sete dias por semana e briga com tanta convicção por suas ideias que eu não sei de onde tira tanta energia."
Leia o blog da Rosane
Wianey por David:
"Quando o Wianey chega agitado aqui, no Esporte da Zero, a gente já sabe: a coluna dele vai provocar jogadores, técnicos, torcedores, juízes, todo mundo. O problema é que o Wianey chega todos os dias agitado aqui, no Esporte da Zero."
Leia o blog do David
Wianey por Sant'Ana:
"Wianey Carlet, o Torquemada dos treinadores."
Leia o blog do Sant'Ana
>> Leia os termos e
condições deste blogZero Hora
Esportes
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.