D'Alessandro, o dono do Gre-Nal 373Foto: Diego Vara, Especial |
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Foi uma goleada histórica, literalmente, pois jamais o Inter havia aplicado quatro gols em um Gre-Nal, no Beira-Rio. O Grêmio chegou ao clássico com uma equipe que estava pronta há mais tempo e vinha liderando o campeonato por efeito da sua inegável força coletiva.
Mas o Inter confirmou que tem melhores jogadores. Alguns muito melhores. Outra circunstância que fez o Inter ser diferente dele mesmo, comparado aos outros clássicos deste ano: desta vez, o time tinha pernas para correr o tempo inteiro. Porém, não foi pela condição física que o Inter venceu, afinal, a vitória foi construída no primeiro tempo, inteiramente. A frase do presidente Paulo Odone acabou sendo premonitória: o time dos galácticos goleou a equipe dos operários.
Quando o Internacional anunciou a contratação de D´Alessandro, a notícia repercutiu no país inteiro. Ali estava, na opinião geral da imprensa nacional, a contratação mais cara e impactante do futebol brasileiro nesta temporada. No Gre-Nal, D´Alessandro mostrou que vale cada dólar nele investido. Fez gol, prestou serviços para outros gols, reteve a bola, driblou, foi o dono do jogo. Se não tivesse jogando tanto, outro argentino seria o melhor do jogo: Guiñazu. Os dois argentinos deram espetáculo no Beira-Rio.
Sobre Roth, não estou falando agora, após o Gre-Nal. Venho insistindo há vários jogos que era incompreensível a preferência por Orteman em detrimento de Makelele. O uruguaio fez pouco, para não dizer coisa alguma, no Gre-Nal. Makelele marca tanto ou melhor do que Orteman, movimenta-se mais e chega ao ataque com mais freqüência. Outra escolha de Roth também não se justifica: Marcel. É um erro pensar que só é possível jogar com um marmanjão no ataque.
Quem se deu mal foi o principal dirigente do Grêmio. O presidente Paulo Odone pode ter exagerado quando falou que o Grêmio iria “passar a máquina”, mas não foi pela sua frase que o seu time perdeu. Foi pelo futebol do Inter, nem mais e nem menos. A frase de Odone agitou o ambiente, mas não teve intenção depreciativa. Pelo contrário. O presidente gremista homenageou o Inter ao classificá-lo como equipe de galácticos. Chamou-os de estrelas e não de pernas-de-pau.
O Inter já é a segunda melhor campanha do returno. A vitória no Gre-Nal foi a quarta consecutiva. O treinador começou a mostrar o seu talento quando teve os jogadores à sua disposição e, principalmente, um time bem condicionado fisicamente. Neste momento, deve-se duvidar que haja algum colorado desgostoso com o discurso de Tite e, tampouco, acreditando na pilheria de que é gremista.
Pereira jogou apenas 10 minutos e voltou a sentir a lesão muscular que o fizera dúvida para o clássico. Foi bem avaliado?
Ao ser solicitado para comparar o Gre-Nal com River Plate e Boca Juniors, D´Alessandro não titubeou: o Gre-Nal é mais forte, diagnosticou.
Paulo Odone, após o Gre-Nal, cumprimentou o Inter e disse que a vitória do adversário tinha sido merecida. Vitorio Piffero também foi justo. Cumprimentou a torcida e destacou os méritos de Fernando Carvalho e Giovanni Luigi nas estratégias da semana. Os dois presidentes foram elegantes, embora em situações diferentes.
Como fica o campeonato? Não é preciso ser um Pitágoras para saber que, matematicamente, o Grêmio tem plenas condições de chegar ao título. Mas é preciso ser da aldeia para saber que a derrota no Gre-Nal, e por goleada, vai cobrar o seu preço. Grêmio saberá pagá-lo? A história mostra que não. Já o Inter está a quatro pontos do G-4. Continua difícil a vaga para a Libertadores, mas, se a campanha colorada continuar neste ritmo, quem duvida que poderá ser alcançada?
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