Tcheco (no chão): para o torcenauta, é o "rei do cai-cai"Foto: Valdir Friolin |
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O torcenauta gremista Julio Cutz escreve fazendo uma análise pouco otimista com relação ao futuro do seu time no campeonato. Ele conclui, inclusive, que os reforços trazidos — Orteman e Souza — estão atrapalhando o Grêmio.
Uma derrota não deveria ser motivo para tanto desalento. Mas, estranhamente, é o que se percebe na torcida gremista, descontadas as exceções. Os poucos pontos conquistados pelo Grêmio no returno da competição são a causa de apreensões como as que o Julio Cutz expressa nesta correspondência:
"Caro Wianey,
Eu tenho lido a tua coluna, e por muitas vezes achei que estavas muito confiante quanto a um desfecho favorável a favor do Grêmio no campeonato nacional. Eu sempre achei que era muito cedo para uma análise mais definitiva a respeito do comportamento do Grêmio. Talvez por seres também gaúcho, estavas emitindo pareceres tão favoráveis ao Imortal. Até aí, tudo bem.
Como gremista que sou até te agradeço pelo voto de confiança. Mas tu, e todos nós, sabemos bem que a posição do Grêmio na tabela sempre foi muito frágil, por depender, na maioria das vezes, do Victor e, em outras tantas, da própria sorte de não tomar gols porque os adversários não estavam nos seus melhores dias ou porque eles também, em muitas vezes, finalizavam muito mal, como o Tricolor costuma fazer diversas vezes por partida.
Os números do primeiro turno acabaram "dopando" o raciocínio e a memória dos gremistas. Pois parece que agora está acabando o gás. E o Celso Roth acabou muito perturbado com o indiciamento dele pela Federal a ponto de fazer muitas coisas erradas neste último jogo. E como disse bem o Sant'Ana, parece ter sofrido um apagão.
Este apagão a que o Sant'Ana se refere não só ocorreu durante o jogo, tomando decisões erradas e tardias, mas ocorreu também após a partida, na entrevista coletiva, quando o Roth parecia estar num planeta distante enquanto os jornalistas lhe faziam as perguntas de praxe.
É claro que o campeonato não terminou ainda, mas a continuar assim o ideal é que terminasse imediatamente sob pena de não ficarmos habilitados nem para a Libertadores. Está muito claro que a equipe do Grêmio não está tendo estrutura e equilíbrio emocional para suportar esta pressão que vem sofrendo de jogadores e da mídia do centro do país. Estão caindo como patos nesta balela extra-campo.
Aí vem o Tcheco com esse papo de "agora vamos jogar pelo Celso, porque ele está com problemas com a Justiça" e outras balelas mais. Os jogadores não têm que jogar pelo Celso e nem por ninguém. Os jogadores têm que jogar pelo clube, que tem uma tradição a honrar e é quem lhes paga os seus ótimos salários.
A gente sabe que o nível intelectual da média dos jogadores não é dos mais altos por todos os problemas de educação que existe em nosso país. Não fosse a nossa paixão pelo esporte, dificilmente agüentaríamos tantas bobagens ao mesmo tempo.
O Tcheco todos já conhecem bem. Ele joga bem uma partida e mal uma dezena. Além do mais, é o rei do cai-cai e amarelão, como no jogo contra o Goias. O Marcel tem os pés só para andar, porque bola que vem por baixo vira o festival da canela. Cabeceia bem quando alguém coloca a bola na área.
E, para não me estender mais, porque eu tenho certeza de que já sabes tudo o que estou falando, estes reforços que o Grêmio trouxe vieram mais para atrapalhar do que ajudar — e os números estão aí para confirmar. Basta olhar os resultados antes e depois dos reforços.
O time estava bem encaixado, com um nível médio e muito esforço, e por isso mesmo apresentando os resultados que todos conhecemos. Aí então vieram os reforços, e começou a disputa por lugares e a famosa guerra de egos.
Por isso estou achando que a melhor coisa neste momento, para o Imortal Tricolor, seria trocar de psicólogo para os jogadores e conseguir um terapeuta para o técnico, para que ele possa administrar o seu time no campeonato concomitantemente aos seus problemas junto à Justiça Federal. Senão, desanda a maionese e vamos ficar lambendo os dedos, se ainda conseguirmos isto.
Acho que tentei fazer uma análise real do que está acontecendo. Sei que ainda falta muito e que nem tudo está perdido. Apenas estou fazendo estes comentários obviamente baseado nos últimos acontecimentos. O certo é que, e isto não é nenhum descobrimento da América, a seguir neste ritmo, certamente as coisas não terminarão bem para a Nação Tricolor.
Seria uma pena para quem apresentou um primeiro turno tão primoroso.
Um grande abraço,
Julio Cutz"
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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