Foto: Mauro Vieira |
Era preciso vencer e esta tarefa o Inter cumpriu. Mas, esteve longe de cumprir uma jornada satisfatória. Pelo menos três motivos justificaram o baixo rendimento do time:
- Ausências de Guiñazu, D´Alessandro e Nilmar
- Carências técnicas reafirmadas
- Pressão e insegurança do time.
Vamos por partes:
Guiñazú, D´Alessandro e Nilmar são as melhores expressões técnicas da equipe. Nenhum deles esteve em campo e os seus substitutos, Edinho, Andrezinho e Luiz Carlos, nem é preciso lembrar a sua inferioridade técnica.
As carências técnicas do time chegam a ser constrangedoras. É impossível, simplesmente, ter um bom time com Ricardo Lopes, Gustavo Nery, Edinho, Magrão e Andrezinho. Nas laterais quase ou nada acontece, defensiva ou ofensivamente. Edinho está em uma fase técnica pavorosa. Foi importantíssimo nas campanhas de 2006 mas, neste momento, não consegue atender nem os fundamentos mais simples do futebol. Magrão, apesar do gol marcado, parece cada jogo mais lento. Com Edinho, forma uma dupla de volantes que pouco protegem a defesa. Andrezinho corre, se movimenta mas a sua improdutividade é quase absoluta. São cinco jogadores, quase meio time, que não atendem às necessidades de um time ambicioso, como se declara o Inter.
Acrescentem-se, ainda, mais dois problemas: Tite continua substituindo mal e é visível que existem mal estares no vestiário.
O treinador substituiu Luiz Carlos quando ele estava começando a particiupar bem do jogo. Na etapa inicial, não recebeu um único cruzamento lateral. Na etapa final, quando já havia participado de dois lances de gols, foi substituído por Daniel Carvalho. Neste momento, o Inter ficou QUASE com um ataque: Alex, Taison e Daniel Carvalho, três jogadores que tanto podem ser articuladores ofensivos quanto, no máximo, segundo-atacantes. Ao substituir Alex, que não estava sequer ofegante quando saiu de campo, deixando Andrezinho, o treinador tropeçou, mais uma vez. Mais tarde tentou corrigir o vazio ofensivo que ele próprio criara retirando Luiz Carlos, colocando Guto. Enfim, nas mudanças, mais uma vez, Tite não foi bem. O problema é que errando nas substituições, Tite acaba sendo responsabilizado até por dificuldades que não passam pela sua área.
Magrão, quando marcou o gol, correu para o reservado, passou por Tite sem olhar e foi abraçar Bolivar, que perdera a posição de titular. Ao ser entrevistado, foi franco: disse que ofereceu o seu gol para Bolivar porque ele, Magrão, já passara por situação parecida, quando "acabou sobrando prá mim". Um desagravo que, diga-se, Bolivar não pediu e uma clara provocação ao treinador. Quando deixou deixou o time, Magrão estava muito mal, merecendo ser substituído. Aliás, continua mal. O problema, entretanto, é sério. Se Magrão está brabo com Tite, se Wellington Monteiro também não está feliz com o treinador e se Bolivar for cooptado e mais um ou dois jogadores entrarem para o time de Magrão, estará caracetrizada uma conspiração contra o treinador, no vestiário.
A situação só não é mais grave porque Magrão não parece ter muita ascendência sobre o grupo e Bolivar é um rapaz de excelente caráter que não se presta para integrar grupinhos que cultivam intenções menos recomendáveis. Finalmente, uma palavra sobre Álvaro, o zagueiro estreante. Mostrou personalidade, conhecimento da posição, imposição técnica e física e, quando foi entrevistado, passou a clara sensação de que é um líder de qualidade. Terá, apenas, que se readaptar ao padrão brasileiro. Álvaro trouxe da Europa o estilo viril que contraria, um pouco, os padrões brasileiros.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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