Na quarta-feira, o Festival de Cinema de Tribeca deu início a sua nona edição em Nova York tingido de verde, graças a estreia mundial da nova sequência da animação Shrek, o primeiro filme em 3D a participar da mostra.
"Trata-se do 'Shrek' mais divertido de todos, em que o ogro está mais sedutor do que nunca. Há grandes números musicais e uma multidão de referências cinematográficas, por isso que é um filme válido para nós", explicou a produtora Jane Rosenthal, uma das fundadoras do festival junto ao ator Robert de Niro, à Agência Efe.
Shrek é o primeiro filme em 3D a participar do Tribeca, um festival dedicado em grande parte a títulos independente de todo o mundo e no qual costumam se destacar os documentários, mas que, segundo Rosenthal, não pode ficar à margem da revolução que os avanços tecnológicos supõem.
"O objetivo de todo festival é se aproximar dos temas que preocupam a indústria e o 3D é um dos mais importantes, por isso que abrir com um filme assim era algo que queríamos fazer", explicou Rosenthal, que, no entanto, disse que "o futuro de todo o cinema não pode passar pelo 3D, porque o público acabaria se cansando".
Imagens: Agência Efe
A última sequência das aventuras de Shrek e da Princesa Fiona foi dirigida por Mike Mitchell para os estúdios DreamWorks e centra toda a atenção do primeiro dia do festival, da mesma forma que os atores que puseram suas vozes mais uma vez nesses bem-sucedidos personagens, como o espanhol Antonio Banderas.
As novas aventuras de Shrek apresentam um ogro que sente saudades da época em que costumava assustar as pessoas e que, devido a um pacto maléfico, acaba em uma versão muito estranha do reino de Tão, Tão Distante, na qual os ogros são perseguidos, seus rivais tomaram o controle e ele jamais conheceu Fiona.
Após o filme, o ponto mais comercial do festival, o Tribeca exibirá até o dia 2 de maio 85 longas-metragens e 47 curtas-metragens, entre os que se destacam diversos documentários, o que, segundo Rosenthal, responde à vontade de dar "voz a criadores que querem contar histórias que os meios majoritários não querem ouvir".
Com temáticas que vão da mudança climática aos conflitos na África, passando pelo terrorismo, a mostra traz uma ampla variedade de filmes, entre os quais Rosenthal destacou My Trip to Al Qaeda, de Alex Gibney em que o jornalista Lawrence Wright conta seu trabalho para entender o terrorismo islâmico.
Também destaca-se Earth Made of Glass, um longa dirigido por Deborah Scranton que mostra o trabalho do presidente ruandês Paul Kagame, que deve participar do festival, e vários cidadãos por trazer à tona a verdade sobre o genocídio cometido em Ruanda em 1994.
Além disso, há The Two Escobars (Os Dois Escobares), um documentário que os organizadores do Tribeca veem concorrendo por grandes prêmios e que, dirigido pelos norte-americanos Jeff e Michael Zimbalist, retrata dois colombianos, o jogador Andrés Escobar e o barão da droga Pablo Escobar.
Da Colômbia também traz o longa-metragem La Sangre y la Lluvia, dirigido por Jorge Navas que conta uma história de amor em Bogotá. No entanto a presença de títulos latinos fica reduzida a apenas outros três filmes.
Trata-se de The Sentimental Engine Slayer, uma co-produção entre os Estados Unidos e o México que supõe a estreia no cinema do músico Omar Rodríguez, co-fundador da banda texana The Mars Volta, e Monica & David, documentário de Alexandra Codina focado em dois jovens com síndrome de Down que decidem se casar e a luta de suas famílias, de origem cubana, para ajudá-los.
Além disso, o curta-metragem Hard Rock Havana, dirigido pelo americano Nicholas Brennan, relata a história da banda cubana de heavy metal Zeus.
No Tribeca também haverá lugar para vários rostos conhecidos de Hollywood, como Forest Whitaker e Renée Zellweger, que estrearão My Own Love Song, e Vanessa Redgrave e Amanda Seyfried, que trazem a comédia romântica Cartas para Julieta.
Também serão exibidos os filmes Get Low, com Robert Duvall e Bill Murray; o thriller The Killer Inside Me, de Michael Winterbottom com Jessica Alba, Kate Hudson e Casey Affleck; Ondine, protagonizada por Colin Farrell; Every Day, com Helen Hunt e Liev Schreiber; e Cairo Time, com Patricia Clarkson.
O Festival de Cinema de Tribeca, que também mostrará uma versão restaurada de Doutor Jivago (1965), que encerra a mostra com Freakonomics, a adaptação do bem-sucedido livro homônimo escrito em 2005 pelo economista Steven Levitt e o jornalista Stephen Dubner.
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Olhar abarrotado de mundo, recorte rumoroso do silêncio, agradáveis acasos cotidianos, ares arejados pelo N9VE.
Só mais um pleonasmo...
Rola a barra aí, o marasmo acaba de acabar!!!
Por Cláudia S. Ioschpe
claudia.ioschpe@rbsonline.com.br
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