Olá.
Eu sou virginiana, mas a minha organização se revela em estágios não físicos. Me inspiro ouvindo Killing Me Softly e Fly Me to the Moon. O meu sorvete preferido é o de flocos e as minhas saias geralmente não passam de um palmo e meio de comprimento. Tenho amor por Paris e paixão por Milão. A minha praia é Praia mesmo, mas a Serra, vezenquando, faz muito bem pra pele. Adoro pedir o menu-degustação (e como tudo, até a sobremesa). Acho as orquídeas intrigantes, fico hipnotizada com a flor da cerejeira e as camélias são perfeitas para enfeitar a casa. Me acho elegante de rasteiras e golas altas e não uso batom. No meu quarto, os vestidos ficam suspensos em uma arara porque, de tão lindos, fazem parte da decoração. Tô numa fase “pro-femme” lendo tudo o que posso sobre mulheres chinesas e africanas. Mas Madame Bovary continua sendo o livro da minha vida. Gosto de samba. Não tenho problemas em misturar ouro e prata no mesmo look e acho que vou ser uma adepta do hi-lo pra sempre. A mistura de rosa e lilás me faz feliz. Escrevo tudo o que eu penso (e acho interessante) no meu Moleskine. Meu sonho secreto é ter um mix entre a voz da Marisa Monte, da Vanessa da Mata e da Maria Rita. Sou uma ótima cozinheira e corro
No Koh Pee Pee, gosto do Khao Pad Goong, aquele arroz com camarão e abacaxi. Tinha medo da bola quando jogava vôlei no colégio. Na minha companhia de balé era a única que gostava da coreografia de La Bayadère. Se pudesse, pagaria os US$ 3 mil que cobram pelos sapatos do Louboutin. A Penélope Cruz é o meu benchmarking de beleza. Só sou feliz no sol, e ainda assim, grande fã da lua. E do Roberto Carlos.
(vocês aí, pensando...)
Oh, que lindo. Mas estamos falando sobre o quê, exatamente?
Comecei a escrever este post (esta peça, como diz uma amiga minha de Vitória) porque passei o fim de semana pensando sobre “gostos”. O que te satisfaz na mesa, na cama, na varanda, no escritório, no closet, no cabeleireiro?
A gente passa a vida se esgueirando entre as nuanças de comportamento, tentando sempre se aproximar de qualquer coisa que pareça mais “cool”. Só que esquecemos que seria, sim seria, muito mais fácil e prazeroso viver mais próximos do que a gente naturalmente gosta. Incluindo o que decidimos vestir.
Volta e meia (às vezes nem completa a meia) aparece alguém me perguntando como deveria se vestir, se o que está usando é adequado, se isto ou aquilo “ainda está na moda”. Acho tudo isso um amor. Aliás, se não achasse, trabalharia na editoria de Economia, ajudando o Marçal Leite no fechamento das cotações das bolsas de valores. Fico até envaidecida com o depósito de tanta confiança.
Mas dia desses fui surpreendida, quase assustada, com uma pergunta: “Que estilo tu achas que eu devo seguir?”.
Hein?
Como assim? Do que estamos falando? Não falar seu língua... Perdi alguma parte? Mãe, cadê tu?
Fiquei sem chão. Não sabia o que responder. Inclusive, não respondi nada que prestasse.
Agora vou tentar consertar a falta de explicação com uma frase:
Estilo trata sobre a maneira como vivemos e a relação com os nossos gostos pessoais.
Por mais bacana que eu fosse, jamais poderia sugerir um estilo pra uma pessoa seguir. Teria que pedir para que mudasse de carro, de cor de blush e até de emprego. E ó: não daria certo.
É a partir do nosso estilo (o que a gente mesmo, sozinhos, encontramos) que vem o corte do vestido, a quantidade de acessórios e a altura do salto. Identificar – e respeitar – o seu estilo é a única maneira de viver genuinamente com conforto e elegância.
Por mais tentador que seja imitar o jeitinho da Sienna Miller.
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