Até que ponto a idolatria é saudável? Peguemos Maradona como exemplo e a maneira como os argentinos o veneram. Fez bem para a vida de Diego Armando? Quem sempre soube muito bem lidar com a condição de grande ídolo é Pelé, ou melhor, Edson Arantes. Edson, o homem, sempre fez questão de se referir a Pelé, o ídolo, na terceira pessoa, até para poder distanciar-se dele e viver sua vida em paz. Um "truque" que deu certo. Outros se tornaram vítimas do "monstro" que criaram. A Princesa Diana estava fugindo de sua condição de "ídolo" quando seu carro capotou. Já o eterno Ayrton Senna teve um final parecido. O tricampeão mundial vinha de duas temporadas ruins, "oficialmente" atribuídas à decadência da McLaren, e finalmente tinha sido contratado pela melhor equipe da época, a Williams. Tinha "obrigação oficial" de ser campeão naquele ano, uma pressão descomunal que devia ser enfrentada em retas e curvas a 300 km/h. Depois de "quebrar" nas primeiras corridas e ver o alemão Schumacher disparar na tabela, veio o acidente fatal em San Marino. Até que ponto esse contexto de "exageros" teve alguma influência? Nunca saberemos... Por outro lado, vemos o Brasil acumular inúmeros títulos no Voleibol, mas de maneira bem mais saudável. O técnico Bernardinho, jogadores como Giba e Giovane, e até o próprio esporte, se tornaram um exemplo de organização, trabalho e sucesso. São referências esportivas. Mas não há ídolos, não há exageros. No tênis é igual, Roger Federer é admirado na Suíça e no mundo inteiro, mas não é "idolatrado". Bom para ele que o tênis não é um esporte "de massa" e que ele não nasceu em um país de terceiro mundo. No Brasil, os maiores exemplos tenísticos são Guga, como jogador, e Larri, como técnico. Juntos, eles alcançaram o máximo em termos de resultado. Guga chegou a ser ídolo, mas já passou. Hoje ele é nossa referência, pois nasceu no Brasil, sempre viveu e treinou no Brasil, e chegou ao número um. Ele é a prova de que tudo isso é possível. Os demais, gostando ou não, ficaram pelo meio do caminho.
Nome: Chico Costa Francisco Costa tem 36 anos e foi tenista profissional entre 1994 e 2005, tendo conquistado quinze títulos oficiais na carreira. Esteve sempre entre os melhores tenistas do país, foi o melhor gaúcho no ranking mundial durante muitos anos, e defendeu o Brasil na Copa Davis. Ao longo dos anos, venceu jogadores como Gaudio, Puerta, Massu, Meligeni e Oncins, entre outros. É técnico do Instituto Tênis desde 2006 e foi o capitão da Davis durante três anos(2007 a 2009).
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