O inacreditável azar do brasileiro Felipe Massa no GP da Hungria de hoje remete há onze anos atrás. Curiosamente, os dois incidentes ocorreram quando só restavam três voltas.
Em 1997, o inglês Damon Hill corria pela péssima Arrows-Yamaha, e teve problemas com o câmbio com o carro faltando três voltas. Teria sido a primeira vitória da equipe em quase 20 temporadas, e mais de 200 GP's sem triunfos (a equipe correria até 2002 sem conquistar vitórias).
Também teria sido a primeira, e única, vitória da Yamaha na F-1, assim como a primeira vitória dos pneus Bridgestone em seu retorno à categoria (hoje é o único fornecedor). E tudo culpa de uma peça que custa menos de 3 reais!
Hoje foi a vez de Massa perder a liderança isolada do campeonato, a segunda colocação na classificação de pilotos, a quarta vitória do ano com um motor estourado faltando... três voltas! Muito AZAR!
Hill era o campeão mundial, mas havia sido sumariamente dispensado por Frank Williams e corria pela equipe de Tom Walkinshaw. O carro era muito ruim e até aquela corrida, Hill tinha como melhor posição de largada um nono lugar, e sua melhor posição de chegada era uma sexta posição no GP da Inglaterra.
Porém já no treino oficial, ele havia se superado: largou em 3° lugar, somente atrás dos protagonistas da temporada, o alemão Michael Schumacher e o canadense Jacques Villeneuve. Seu companheiro de equipe, o brasileiro Pedro Paulo Diniz, largou quase dois segundos atrás de Hill. Algo havia de diferente, de especial naquele final de semana para Damon.
Na corrida, todos imaginavam os pilotos da primeira fila disparando e Hill segurando pelotão, já que ultrapassar em Hungaroring é quase impossível. Pois bem, Villeneuve largou muito mal e caiu para quinto, e Hill subiu para a segunda colocação, atrás de Schumacher. Porém as Ferraris tinham sérios problemas com seus pneus Goodyear (Irvine parou na sétima volta para trocar!), e Hill ficou próximo ao alemão durante as primeiras voltas.
Na nona volta, o inglês foi para cima e passou a Ferrari de Schumacher, assumindo a liderança. Chegou a ter 36 segundos de vantagem sobre Villeneuve, que recuperou posições e estava em segundo faltando menos de dez voltas. Com problemas nos pneus, o alemão se arrastou a prova inteira, terminando em quarto lugar e levando sufoco de seu irmão, Ralf Schumacher com a Jordan.
Então o desastre: faltando três voltas, Hill começou a ter problemas com o câmbio e o acelerador eletrônico. Faltando duas voltas, Villeneuve tirava mais de 10 segundos por volta enquanto o campeão mundial mal conseguia engatar as marchas. Na última volta, o canadense ultrapassou o inglês, seu ex-companheiro de equipe na temporada anterior. Foi a segunda vitória de Villeneuve no ano, e Hill se contentou com o pódio. Mais uma volta, e Johnny Herbert, que vinha em terceiro lugar com a Sauber, passaria a Arrows.
Mesmo assim, Hill era o herói do dia. A Arrows não chegava no pódio desde o GP da Austrália em 1995 com Gianni Morbidelli, e não chegava em segundo lugar desde o longínquo ano de 1985, (com o belga Thierry Boutsen no GP de San Marino em Ímola).
Todos em Hungaroring tinham uma certeza. Naquele dia, ninguém andou mais que Damon Graham Devereux Hill.
Nome: Alexandre Perin Analista de Suporte de T.I. da área Online do grupo RBS, também um apaixonado e profundo estudioso dos esportes.
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