Em um dos mais memoráveis jogos da história das finais da Liga dos Campeões da Europa, o Manchester United se sagrou tricampeão europeu ao bater o Chelsea nos pênaltis por 6x5, depois de um empate no tempo normal em 1x1.
Com justiça, o time de Old Trafford repetiu os anos de 1968 e 1999, se sagrando como o novo dono da Europa e se credenciando para o Mundial de Clubes no final da temporada. Uma especial homenagem aos oito jogadores que morreram há 50 anos, em um acidente aéreo logo após uma partida de Copa dos Campeões .Cinco dos sobreviventes, incluindo a lenda Bobby Charlton, estavam no estádio Luzhniki hoje.
Um prêmio para uma equipe que começou a ser reformulada há cerca de quatro anos e tem uma base jovem. Que viu o Arsenal e o Chelsea dominar o campeonato nacional antes da virada. De lá para cá, vieram os ingleses Wayne Rooney e Michael Carrick, os portugueses Cristiano Ronaldo e Nani, o sérvio Nemanja Vidic, o francês Patrice Evra, o brasileiro Anderson (ex-Grêmio) e o argentino Carlos Tévez, todos contratados com menos de 24 anos. Ao seu lado, ícones como Ryan Giggs e Paul Scholes, e jogadores experientes como Rio Ferdinand e Edwin van der Sar.
E uma lástima para o Chelsea . Se às vezes nenhum dos finalistas joga bem na decisão, este ano o time azul de Londres merecia igualmente ser campeão. Se não foi melhor na campanha até a decisão, e ainda perdeu o Campeonato Inglês para o mesmo algoz de ontem, o time do técnico Avram Grant foi superior a maior parte da partida em Moscou. Dominou o segundo tempo inteiro e ainda o primeiro tempo da prorrogação e acertou a trave duas vezes. O goleiraço Petr Cech, o capitão John Terry e os meias Michael Ballack e Frank Lampard tiveram atuações soberbas.
O Manchester, muito superior na etapa inicial, perdeu dois gols feitos graças a milagres do paredão Cech (que, ao final, se mostrou azarado de novo nos pênaltis) no primeiro tempo, e a cabeça salvadora de John Terry na prorrogação, tirando uma bola de Ryan Giggs (759 jogos pelo Manchester United, recorde da história do clube) em cima da linha.
Os vilões da final: Foi uma atuação apática dos três atacantes em campo: Rooney, Tévez e Drogba, que ainda cometeu uma besteira e foi expulso na prorrogação. Scholes (que estava suspenso e não jogou a final de 1999) e Essien tiveram atuações bastante apagadas no meio-campo.
O jogo: No estádio Luhzniki, o Manchester dominou totalmente o primeiro tempo e o Chelsea a segunda etapa. Ao contrário de outros jogos decisivos, o primeiro tempo da prorrogação foi igualmente dramática e com direito a bolas na trave e a defesa salvando em cima da linha. Nos 15 minutos finais, esgotados de uma longa temporada repleta de decisões, os times só aguardaram as penalidades.
E até mesmo na disputa de pênaltis, drama para ambos os lados: na terceira cobrança, Cristiano Ronaldo vai e... ERRA! Ele que tinha errado uma cobrança no tempo normal nas semifinais contra o Barcelona, foi inventar moda e bateu com paradinha e tudo muito mal. Quando tudo parecia estar decidido, o pênalti final para o Chelsea, o capitão John Terry bate e... ERRA TAMBÉM!
Incrível, Van der Sar tinha pulado para o lado errado mas a lenda do Chelsea, capitão e ícone do clube, escorregou e errou! Depois que Anelka errou e o Manchester foi campeão, uma das cenas mais dramáticas da partida foi o inconsolável choro de Terry, que passou os 30 minutos seguintes em um solitário e contínuo pranto.
Atuações da partida:
ÓTIMO: Cech, Van der Sar, Vidic, Ferdinand, Ballack, Lampard
BOM: Ronaldo, Ricardo Carvalho, Evra, Makelele, Terry
REGULAR: Carrick, Ashley Cole, Giggs, Hargreaves, Brown
RUIM: Scholes, Essien, Rooney, Malouda, Nani
PÉSSIMO: Anelka, Drogba, Tévez, Joe Cole
SEM NOTA: Kalou, Anderson, Belletti
BICAMPEÕES EUROPEUS: Paul Scholes, Wes Brown, Ryan Giggs, Alex Ferguson
A Europa tem novo dono. Ele é inglês. Ele é multimilionário. Ele é multicampeão. E ele é um timaço.
PARABÉNS MANCHESTER UNITED, TRICAMPEÃO DA EUROPA!