Estádio Olímpico Monumental.Foto: gremio.net |
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Desde que começaram a falar no Projeto Arena eu penso no dia da implosão do Olímpico. Imagens fortes. Choradeira. Muitas pessoas acompanhando nos arredores, comoção geral. Provavelmente com transmissão pela TV.
Mas esses dias me dei conta que haverá um momento muito mais triste: o dia do último jogo do Olímpico. Provavelmente um amistoso, marcado justamente com esse propósito. Lotação máxima. Sorte daqueles que, assim como eu, são sócios e simplesmente entrarão (pela última vez) no Monumental. Coitados daqueles que caírem nas mãos de cambistas. Uns 500 reais? Quanto será que vai custar o ingresso para o último jogo do Estádio Olímpico Monumental?
E o apito final, hein? Momento épico. O juiz vai dar uns 12 minutos de acréscimos no mínimo (vai estar no contrato), para prolongar um pouquinho nossa alegria. Nossos últimos momentos de alegria pelas bandas da Azenha. Mas uma hora ele vai ter que apitar. Mesmo contrariado e constrangido por ser um estraga-prazeres, mesmo sabendo que vai decretar o fim definitivo daquele que é um dos maiores e mais importantes palcos do futebol mundial, e sabendo que isso irá fazer uma nação chorar, mesmo assim, uma hora ele vai ter que apitar.
Será o apito final mais triste que o velho Estádio da Azenha vai presenciar. Nenhum Gre-nal perdido, nenhuma eliminação, nenhuma Final perdida dentro do Olímpico será tão triste. Simplesmente porque existe o amanhã. Simplesmente porque ao término dessas partidas todos os corações gremistas se enchem de esperança de que no próximo Gre-nal venceremos, na próxima Libertadores ninguém nos segura, e assim por diante. Mas o apito final que decretará o fim do Olímpico será irreversível. Será um apito que ecoará eternamente na lembrança de muitas gerações de gremistas.
Acredito que será um momento especial até mesmo para quem não frequenta o Olímpico. Mas aqueles que, como eu, são acostumados a ir a quase todos os jogos, ou pelo menos vão bastante, sabem do que estou falando: acabou o jogo, tá, e aí? Quem vai ter coragem de, simplesmente, sair do Olímpico? Pela última vez.
Prevejo o estádio com umas 15 a 20 mil pessoas presentes 2 horas depois do apito final. Pessoas que ficarão ali sentadas, dando adeus ao palco de tantas emoções em suas vidas. Uns tomando chimarrão, outros conversando, alguns chorando e muitos simplesmente calados, observando, recordando, se despedindo. E agora, meu amigo, chegou a hora de sair do estádio. “Se tu é macho, sai logo por aquele portão e não olha pra trás”.
Me arrepio só de pensar. Vai ser muito triste. Mas apóio totalmente a Arena. Racionalmente analisando, será ótima para o Grêmio. A gente se apega aos bens materiais: quem nunca se balançou um pouco ao trocar de carro ou ao se mudar? É inevitável lembrar-se com saudosismo dos momentos vividos naquele carro/casa/apartamento, mas temos consciência de que a troca será benéfica. Muitos gremistas devem ter chorado ao despedirem-se da Arena do Moinhos de Vento, mas o Olímpico era necessário na década de 50. É triste, mas uma tristeza boa, se é que isso existe.
Saudações azuis, pretas e brancas.
CaPu e Lucas Silveira trazem histórias do Grêmio, palpites e opiniões sobre a situação do time e tudo o que cerca o Imortal Tricolor Lucas Silveira - http://twitter.com/lucasvon Capu - http://twitter.com/CapuAtl email do blog: blogtricolorgremio@gmail.com
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