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Viu a animação bonitona que aparece acima. A troca dos símbolos até chegar no maior, somente ele, lindo. Pois é, era promessa do marketing colorado usar a Coroa somente no segundo semestre de 2007. Mas a promessa ruiu. Continuamos com a Coroa e ganhamos apenas o Gauchão 2008 (título oficial). Aí, cabe um questionamento e divido com vocês.
O Inter, sempre, foi um clube identificado com as camadas populares. Vide que construímos uma parte no estádio destinada pra elas: a saudosa Coréia (paguei muitas vezes 3 ou 5 reais pra ver gols de Christian, Fabiano, Lúcio, etc por ali... sou de 1979, cheguei em Porto Alegre em 1998... pena que a FIFA proíba local onde só possa ficar em pé... tenho minhas dúvidas quanto essa regra). Outro fator importante da nossa história: negros foram aceitos sempre. Dois negros assinaram a ata de 4 de abril de 1909. Ao contrário de outros grandes clubes brasileiros que demoraram quase 50 anos pra colocar negro no time e que pintaram rostos pretos com pó de arroz.
Marco Aurélio, o chargista, sempre desenhou o colorado no seu barraco, feliz da vida com as alegrias trazidas pelos jogadores que honravam a camisa vermelha. O colorado era marcado pelo sofrimento, mas pela raça e pela alegria de ganhar de clubes mais ricos, mais exibidos, mais ostentosos, mais de elite. Nosso mascote, o Saci, é negro e desenhado pelo mestre Ziraldo.
Pois, isso mudou após 2006. De repente, passamos a ostentar. A sermos exibidos, a pensarmos que seríamos pra sempre os "atuais" campeões do Mundo. O gol de Gabiru é pra sempre, tá no DVD e pronto. Mas um clube, precisa seguir. A vida segue. Só que nossa vida seguiu de forma diferente. Nosso atual presidente passou a arrotar em cima das taças que ele ajudou a conquistar trabalhando sério e, principalmente, com humildade.
Nosso atual presidente ajudou a trazer Fernandão, Tinga, Fabiano Eller, Jorge Wágner e outros. Mas, desandou a querer se exibir com as glórias, com os louros. Bom, o resto sabemos. Uma prova maior: nossa camisa começou a amontoar estrelas e virou uma coroa. Eis o problema: dirigente é dirigente e torcedor é torcedor. Dirigente-torcedor não cabe.
A Coroa foi bradada aos 4 cantos! Era a Tríplice Coroa, lindamente conquistada nas 3 principais competições que um clube latino-americano poderia angariar. Tudo certo, portanto? Sim, claro! Ganhar é certo (já ouviu a frase "segue tua senda de vitórias"?) Ganhar sempre queremos. Ostentar? Esse é a nossa fisgada na coxa...
Nossos quase 100 anos são de atitudes diferentes. Sempre que arrotamos, nos damos mal. O clube do povo sempre foi humilde, trabalhador, suado. E não pense que trazer grandes jogadores é sinônimo de prepotência! Ganharíamos tudo sem Fernandão, Tinga, Fabiano Eller, entre outros? Claro que não. Mas grande contratação precisa aprender: essa camisa merece respeito e merece ser tratada com humildade.
A ostentação que a Coroa remete combina com outras camisas. Na nossa não. Essa coisa de campeão Mundial FIFA é pra torcedores, não dirigentes. Somos campeões do Mundo. pronto, isso basta. Chega de arrombos prepotentes e complexos de superioridade.
Falei do site do Inter porque penso que o marketing, pro ano que vem, limpará o manto (o citado alto do site dá essa dica). Na camisa, apenas o símbolo e os patrocinadores (capitalismo futebolístico necessário...). Mas a retirada da Coroa poderia servir pra outro detalhe também: pra lembrarmos de nossa origem, do nosso estádio construído com milhares de mãos (torcedores chegaram a doar um par de tijolos pra fazer parte dessa história). Lembrarmos da Coréia, dos jogadores contratados da Liga da Canela Preta nos anos 20 (onde o profissionalismo engatinhou), de nosso torcedor símbolo Vicente Rao - esse sim, o primeiro a trazer cantos de incentivo, papel picado pra um estádio do Rio Grande do Sul.
O Inter é um clube do povo. Quando nos lambuzamos longe dessa frase - entoada em nosso hino - quebramos a cara. Vale lembrar: Libertadores, Recopa e Mundial serão inesquecíveis pra todos nossos corações, estarão vivos pra sempre em nossos melhores sonhos. Mas queremos isso de novo.
Com prepotência? Não, isso não cabe a nós. O futuro se constrói avaliando o presente e dando importância ao passado.
Má fase e derrotas servem sim. Servem pra enxergar nossas dores, do nosso mundo. E humildade - aquela que sempre tivemos - é palavra chave.
Até porque somos do "clube do povo do Rio Grande do Sul". Nosso orgulho maior.
Ass.: Potter
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