Franco Ferreiro: ele foi o último a vencerFoto: Michele Cardoso |
O gaúcho Franco Ferreiro, de 23 anos, ouviu de tudo nesta quinta-feira, quando venceu o maior ídolo do tênis brasileiro, Gustavo Kuerten, por 7/5 e 7/6 (2), na turnê de despedida do tricampeão de Roland Garros, no Aberto de Santa Catarina, em Florianópolis. Foi o último jogo de Guga em quadras brasileiras como tenista profissional. Só por isso, Ferreiro já fica imortalizado. O último cara no Brasil a vencer "o cara".
De tudo o que falaram para ele, posso dizer que, uma das pouquíssimas coisas positivas veio de um menino de uns 10 anos: "Parabéns, quero te dar um abraço!", disse a criança. Mais um beijo da namorada e um elogio do Guga e do Larri. No mais, o nível das frases direcionadas ao Franco era: "Gaúcho, só estás atrapalhando!", sem contar o OLA da torcida contra, a vibração de Guga e sua ascendência no segundo set, e todo o show de energia e calor humano favorável ao ídolo.
Para quem conhece o tenista Franco Ferreiro, e eu posso falar isso de camarote, o comportamento dele em quadra superou todas as expectativas. O estilo de jogo agressivo deu lugar a uma forma respeitosa e honrosa de vencer. Em entrevista exclusiva ao clicRBS, ele falou da emoção da vitória, da pressão da torcida e da reverência a Guga.
- Ganhando ou perdendo, meu propósito ali era fazer a minha parte. Vencendo o primeiro set eu poderia segurar mais o pessoal né, se não ele ia crescer - disse Ferreiro.
Sobre a torcida:
- Às vezes, o pessoal que está aqui olhando não conhece muito tênis, está mais por amor ao Guga. Vira um campo de futebol, qualquer um fala o que quer. Mas eu sabia que seria assim, ele é amado aqui.
E vencer o ídolo?
- Ele não foi meu ídolo. Ele será para o resto da vida. Ter a oportunidade, o privilégio de estar com ele, ainda mais aqui em Floripa, é uma sensação inexplicável. Pena que é o último torneio que ele está jogando aqui, mas é gratificante poder ganhar de um cara como ele com torcida contra.
Ferreiro, que tinha tudo para ser o vilão, acabou saindo da quadra com o respeito da torcida. Ao término da partida, cumprimentou Guga, deu a volta na quadra e ficou de canto, no fundo, assistindo às homenagens ao ídolo até ser descoberto ali quietinho pela imprensa. Parabéns ao Franco, que mesmo vencendo Guga, soube ser coadjuvante.
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