O dia seguinte é mesmo doído demais. O Grêmio caiu de uma campanha matematicamente impecável para a realidade da eliminação no Gauchão. E agora, logo a seguir, enfrenta contra o Atlético Goianiense o jogo do ano. Não é contra Botafogo, Atlético Mineiro, Corínthians ou Inter, não. Trata-se de uma partida contra um clube médio de Goiânia. Acreditar é preciso, sim. Mesmo que Celso Roth volte a cometer equívocos de escalação ou de montagem de time, ainda dá para alcançar a classificação na Copa do Brasil. Apesar do fracasso de domingo no Gauchão, mas também por causa dele. Os jogadores que entrarem em campo sabem o que representa este jogo para o Grêmio. Estarão num nível de empenho e interesse tamanho, que conseguirão superar o adversário perigoso nos contra-ataques. Se Róger, o único jogador diferenciado do time, ficar de fora por lesão na sola do pé, a força terá que vir da alma de cada um dos iguais e, claro, da arquibancada. Um armistício se faz necessário entre torcida e time/treinador, sob pena de que o tornado engula tudo para o fundo do mar. Considero preocupante, porém, a atitude dos dois principais dirigentes do Grêmio neste momento de crise. O presidente Paulo Odone tentou dar um carteiraço de tempo de serviço no futebol para desprezar uma pergunta oportuna feita por um repórter. De fato, Odone tem grandes serviços prestados ao Grêmio. Mas isso nada tem a ver com o cenário atual, muito menos com a qualidade da pergunta que lhe foi feita. Depois que ele e Pelaipe demitiram Vágner Mancini daquele jeito, qualquer pergunta sobre nova demissão de treinador tem sentido. Paulo Pelaipe, com quem me dou muito bem, perdeu a elegância com uma pergunta sobre o mesmo assunto feita por um repórter de rádio. De qualquer forma, acredito que o Grêmio se classifica. A partir daí, os dirigentes precisam reforçar o elenco com qualidade e quantidade. No ataque, sobram lesionados e faltam jogadores confiáveis. É o problema mais sério, mas também no meio-campo é preciso acrescentar capacidade técnica. Assim como já aconteceu com Mancini, Celso Roth trabalha com poucos recursos. E vem-se atrapalhando, recentemente, nas escolhas do que tem em mãos.
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