Back in 2001, me achando com os amigos Lê e Fer no edifício Bretagne, no bairro Higienópolis, SPFoto: Arquivo pessoal |
Quando bateu inveja na Cássia do meu encontro com o Riq Freire em São Paulo, eu prometi que ia tirar uma foto e mostrar para ela. Fiquei tão entretida com o bom papo que não tirei, e também não tirei nada muito publicável do nosso passeio a pé por Higienópolis.
Pena, porque o bairro é muito gostoso, arborizado, ainda com prédios antigões e estilosos da década de 60, 70 (e não os horrendos+modernos+janelas minúsculas+padrão+São Paulo). Tem até um shopping bonito onde as pessoas passeiam com cachorros, o Pátio Higienópolis, o que é raro, éounãoé? E pena também porque o Riq me levou no Jardim de Napoli para comer (sim, os programas em SP sempre incluem comida) o famoso polpettone, que ficaria muito bem na foto aqui.
A receita inventada pelo atual dono da cantina Antonio Buonerba, filho do imigrante italiano Francesco Buonerba que começou o negócio familiar em 1949 vendendo pizzas para os vizinhos, é mantida em segredo, mas como bem definiu o Riq, é uma covardia, porque tem muita coisa boa num prato só: bolo de carne frito e achatado, recheio de queijo mozzarella e molho de tomate em cima. #Prontofiqueicomfome
Onde fica
Rua Dr. Martinico Prado, 463, e no Shopping Higienópolis, na Avenida Higienópolis, 618, 2º piso, onde só são servidos os polpettones num esquema fastfood.
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Para não dizer que não falei de fotos, ilustro este post com cliques feitos em 2001 no edifício Bretagne, uma construção de 1959 que chegou a ser ponto turístico na cidade projetada pelo arquiteto de fato (mas não propriamente formado) João Artacho Jurado. O meu amigo chique Lê Bier morou no condomínio localizado no número 938 da Avenida Higienópolis - uma das paradas do meu passeio com o Riq -, considerado o primeiro em São Paulo com opções de lazer para moradores dentro do prédio. Tem "até piscina", veja só, e a festa de inauguração contou com a presença do ator Roy Rogers e da então miss Estados Unidos. Muito tempo depois, não pude deixar de registrar minha presença no cenário cinematográfico!
Nas redondezas, pelo menos outros dois edifícios do mesmo arquiteto são clássicos e valem um olhar atento: o Cinderela, na Rua Maranhão, 163 (esquina com Rua Sabará), e o Parque das Hortênsias, na Avenida Angélica, 1106.
Mais de 10 dias de silêncio depois e eu volto aqui com um papo Bom Retiro de novo. Azar, só de lembrar da comida grega que comi no meu último dia em São Paulo me deu fome. Sim, a Léo, a anfitriã gaúcha mais paulista que eu conheço (a moça esqueceu de falar “tu” no primeiro dia por lá) não achou suficiente que eu experimentasse as burekas búlgaras e me levou no domingão retrasado para conhecer o tradicional Acrópoles. O restaurante inaugurado em 1959 é uma salona vertical, com as mesas dispostas bem pertinho umas das outras e espaço para um corredor no meio, sem janelas, barulhento, bagunçado. Quase um pé-sujo ou roots, como se diria por aqui. Na porta, a recepção é feita pelo simpático - e aos 90 anos, já um pouco atrapalhado - Thrassyvoulos Petrakis. O seu Trasso comanda o espetáculo anotando nomes para a lista de espera e algumas vezes confundindo a ordem dos clientes também, enquanto ordena aos demais:
- Espera.
Esperamos e entramos, onde hoje o filho do proprietário já é dono do campinho. Nas paredes, entre colunas de gesso na cor azul, fotos amareladas de paisagens conhecidas gregas e garrafas de azeite de oliva, recortes de reportagens elogiosas ao grego mais popular de Sampa garantem que o que vem pela frente é bom.
Seguindo as dicas da Léo pedi a entrada deliciosa (e abri mão da salada grega com um certo pesar) com pão (não grego, é preciso que se diga), polvo a vinagrete, cebola, azeitonas e pastinhas variadas.
Na hora do prato principal, o pedido é feito direto na cozinha, no fundão. Matei a saudade de comer a moussaka, um prato de berinjela, carne e batata. A Léo foi em outro tradicional da casa, o carneiro assado à moda grega.
Ambas comemos demais e mesmo assim deixamos comida no prato. A conta não chega a ser barata, em torno de R$ 55 por pessoa. "Mas meu, de verdade", como diria a falante da língua paulistana Léo, saímos de lá satisfeitíssimas.
Onde fica no Bom Retiro
Rua da Graça, 364
Onde fica no Jardins
50 anos depois da inauguração, o Acrópoles ganhou uma filial. As filhas do seu Trasso abriram uma casa com o mesmo cardápio, mas não exatamente o mesmo preço na R. Haddock Lobo, 885, também em SP.
Não consigo passar por São Paulo sem fazer uma visita básica ao bairro Bom Retiro, o paraíso para compras de roupinhas baratas. Repeti o programa sexta-feira, mas não repetirei o post que escrevi no ano passado e continua valendo aqui. Vou apenas fazer um adendo para uma descoberta chamada bureka.
Cheguei aos tradicionais folhados típicos da Bulgária ao tentar experimentar outra tradição, o restaurante judeu Shoshi Delishop (Rua Correia de Mello, 206). Queria lanchar e, indecisa com o cardápio, pedi uma ajuda à proprietária da casa, que - muito enfática - me disse não fazer lanches e que eu deveria ir ao restaurante de burekas do filho dela. A senhora inclusive mandou uma funcionária me guiar e foi tão firme e determinada no conselho, que achei melhor obedecer. Valeu a pena.
A algumas quadras, estava a Casa Búlgara (Rua Silva Pinto, 356), onde se servem as tais burekas, bem quentinhas, acompanhadas por um molho de pimenta verde saboroso. São salgados folhados com diferentes recheios - queijo, batata (os mais tradicionais), carne, carne com berinjela, gorgonzola, espinafre, frango e até chocolate. Cada uma por R$ 2. O lanche perfeito para uma pausa nas compras.
Da série me sentindo em casa em Campo Belo:
Da série quanto bom humor na Vila Madalena:
Foto: Tatiana Klix |
Será que é porque eu queria ser bailarina quando criança e adolescente que eu gostei tanto das esculturas inspiradas em movimentos de dança da Oficina de Agosto, na Vila Madalena? De centenas de trabalhos do grupo de artistas e artesãos mineiros expostos na linda loja no número 243 da Rua Harmonia foram delas a maioria das fotos que ficaram registradas na minha máquina fotográfica. Chega até a ser uma certa injustiça em relação à variedade e qualidade das peças que olhei com todo tempo do mundo na tarde de hoje na minha primeira incursão diurna ao bairro paulistano cujos botecos têm o meu número. Assim como também é injusto citar só essa parada das várias que eu fiz em galerias, lojas de objetos de decoração, design, moda. Mas fazer o quê se as bailarinas remexeram na minha memória afetiva e contra isso não tem racionalidade que chegue a tempo e tampouco eu vou querer lutar?
Sugiro, portanto, uma vez em São Paulo, uma caminhada de dia pela Vila Madalena para descobrir em algum dos tantos cantos descolados do bairro algo que desperte emoção, do jeitinho que os trabalhos da Oficina de Agosto fizeram comigo. Sem nunca deixar de ir aos botecos à noite, claro.
Quanta animação, hein?Foto: Tatiana Klix |
Dizem que no escaldante dezembro neva espuma na Normandia paulistana, no bairro Moema. Não tive a oportunidade de conhecer a pequena rua com casario de inspiração europeia em época de decoração natalina, mas caminhei por lá ontem, no meu primeiro dia em São Paulo, na companhia da minha amigona e moradora do bairro Fernanda e do filhinho dela de nove meses Bruno.
Foi muito gostoso, a rua é um charme só, com várias lojas de coisinhas para casa bacanas e outras mais de roupas descoladas e de grifes, mas bem traquila. Aliás, tão traquila que quase tão surreal como deve ser o espetáculo de espuma no Natal, quando a via fica movimentada, é a animação dos músicos (provavelmente contratados para animar visitantes por alguma loja) que ficam a tarde toda lá tocando para quase ninguém. Sério, tive até um momento de vergonha alheia.
Museu da Língua Portuguesa abusa de recuros tecnológicosFoto: Carlos Reznik, flickr |
A Cássia, vizinha de O dia se espatifa, postou ontem boas dicas sobre São Paulo e me fez lembrar da minha última viagem para lá. Foi no ano passado, em agosto, quando fui fazer um curso e também aproveitei para curtir um pouco a cidade. Adoro passear em São Paulo! Em um belo dia de folga ensolarado durante a semana (detalhe muito importante, para escapar das ordas), combinei um passeio cultural e consumista, tudo numa tacada só, no popular bairro Bom Retiro, que aqui recomendo.
Comecei pelo Museu da Língua Portuguesa, na maravilhosa Estação da Luz reformada. É tudo aquilo que falam mesmo: curioso, bonito, instrutivo e tecnológico. A exposição paralela na época era sobre a Clarice Linspector, ponto alto da visita, mas que já acabou (agora o homenageado é o Gilberto Freyre).
Estação da Luz abriga trens e museu/Foto rudiwadi, flickr
Com a missão cultural cumprida, não resisti e fui às compras. Andando uma quadra à frente, chega-se à Rua José Paulino, um inacreditável centro comercial para sacoleiras. As muitas e muitas lojas do shopping de rua são especializadas em vendas no atacado, mas atendem também no varejo com preços muito amigos. Nada chique, na maioria das lojas nem provador tem, e as peças lá pelas tantas se repetem de vitrine para vitrine, mas não há como sair dali sem sacolinhas na mão.
Foto: rudiwadi, flickr
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Se a idéia não é cair no consumismo, bem pertinho da Estação da Luz, há outras duas opções bacanas culturais: a Pinacoteca e a Sala São Paulo. A segunda é uma antiga estação ferroviária reformada lindamente para abrigar uma sala de concertos. Já fui assistir à uma apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo no local. É emocionante.
Ah, e para chegar à Estação da Luz, é só pegar o metrô. Facinho, facinho.
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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