Foto: Tatiana Klix |
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Neste fim de semana fiz uma rápida viagem para um lugar bem conhecido. Fui a Itapema, em Santa Catarina, onde mora minha mãe e para onde vou frequentemente desde a infância. Antes de partir, torcia para que o sol aparecesse e planejava fazer o que sempre gosto: curtir praia, comer frutos do mar, ler, sestear. O tempo foi ótimo, fiz tudo isso e, de quebra, ainda aproveitei uma nova descoberta, a Praia Grossa.
A pequena baía de areia grossa e com mar de arrebentação forte bem na beira, atrás do morro do Cabeço até ilha que demarca o início do hotel Plaza Itapema faz parte de uma área particular. Já a conhecia vista de cima (do morro) ou do mar (em passeios de barco), mas nunca havia estado na praia propriamente dita. Incrível, porque é muito perto do canto de Itapema, meu velho conhecido.
Ocorre que em outros períodos chegar até o mar também implicava em fazer uma invasão a uma propriedade. Por determinação da lei, isso acabou e a passagem de pedestres a partir do topo do morro do Cabeço agora deve ser liberada. Ao decidir fazer o passeio, minha mãe e eu estávamos, portanto, preparadas para descer (e depois subir na volta) a pé, o que seria uma boa caminhada. Seria, se não tivéssemos encontrado uma guarita com um funcionário fazendo o registro dos visitantes na entrada, mas orientando-os a descer de carro. Chegando lá embaixo, uma nova surpresa foi descobrir que não éramos nem de perto as primeiras a ter a mesma ideia. Muitos carros já estavam estacionados na sombra (arriscaria em uma centena) e veranistas e moradores desfrutavam do refúgio – onde a água é incrivelmente cristalina e a mata atlântica ainda está presente – tão próximo de outras praias movimentadas e urbanas.
Carros já fazem parte da paisagem na Praia Grossa
Foi uma delícia pegar praia, como se diz, no paraíso ainda preservado, e espero voltar lá sem ter como surpresa a degradação da natureza. Para isso, é só seguir as placas!
Na volta, não me contive e parei em cima do morro, de onde se tem uma visão maravilhosa da região, para tirar umas fotos. Dá para acreditar que do outro lado da Praia Grossa tem tantos prédios na orla?
Diquinha: Não tem comércio na Praia Grossa. Se quiser passar o dia na beira do mar, leve bebidas ou lanchinhos. E depois carregue de volta o lixo que produzir, é claro.
Novo calçadão na Meia Praia, em Itapema, ficou lindãoFoto: Carlos Oliva |
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Itapema está na minha vida antes mesmo que eu tenha memória dela. Meus pais escolheram a praia em Santa Catarina para as férias da família desde sempre. As águas calmas e cristalinas, o pouco vento e a tranqüilidade conquistaram a dupla, e lá passei grande parte dos quase sempre maravilhosos verões da minha infância e adolescência. É bem verdade que tais qualidades, que eu tanto valorizo em uma praia agora, já foram motivos para eu reclamar. Lá não tinha ondas (e eu tentei ser surfista) e não tinha muita gente, nem turma da praia (como tinham os meus colegas porto-alegrenses no litoral norte gaúcho, do qual meus pais não gostavam). Sim, meu sonho era veranear em Imbé! Quanta paciência os pais devem ter com os filhos, meu deus.
Mas passou, passou. Cresci e a praia cresceu também. Abandonei o surfe quando me dei conta que preferia dormir até tarde, pegar o sol do fim da manhã e início da tarde (super saudável) e sair à noite. Quando já tinha idade para isso, também Itapema e praias nas redondezas ofereciam várias opções de bares e festas. Aproveitei muito, inclusive nos meus primeiros anos de motorista, em tempos que lei seca era algo que tinha ocorrido na década de 20 nos Estados Unidos.
Continuo visitando Itapema regularmente, porque a minha mãe, de tanto que gostava da praia, se mudou para lá. Mas a cidade cresceu mais do que devia e a tranqüilidade que atraiu meus pais nos primeiros anos já não é o seu forte - a orla está quase irreconhecível tomada por prédios - e, o mais triste, as águas ainda calmas já não são tão limpas. No verão é comum que vários pontos fiquem desaconselháveis para o banho por conta do alto nível de coliformes fecais.
Hoje, no entanto, uma novidade em Itapema me deixou feliz. Recebi fotos do novo Parque Calçadão, construído em um trecho da Meia Praia (um dos bairros de Itapema). Ficou tão bonito! E animador também. A obra respeita padrões modernos de urbanização costeira, preservando a vegetação nativa, tudo de acordo com o projeto Orla desenvolvido para o município, que inclui ainda promessas para limpar o mar (ou seja, esgoto). Fico torcendo para que seja realmente botado em prática na praia toda. A Marina, minha sobrinha de seis meses, merece aproveitar Itapema como eu e meu irmão Renato tanto fizemos.
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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