Na abertura do cardápio do Press Café que fica no Museu Iberê Carmargo, aqui em Porto Alegre, está escrito "Estamos orgulhosos". Depois de visitar o museu pela primeira vez ontem, a frase traduziu o que estava sentindo. Em um momento bem bairrista típico gaúcho, fiquei feliz por ter feito um programa tão bacana e civilizado pertinho de casa. O museu é lindo, não só porque abriga e proporciona que as pessoas conheçam gratuitamente a importante obra do Iberê, que confesso, não conhecia e adorei, mas também porque fica num prédio maravilhoso, projetado pelo arquiteto português e bambambã Álvaro Siza, do qual tirei muitas fotos, como faço em momentos turísticos.
A construção não é apenas incrível porque é moderna e funcional - a ligação dos andares é toda feita por rampas circulares e o visitante é convidado a subir de elevador até o quarto andar e depois ir descendo por elas para observar a exposição Moderno no Limite -, mas porque também valoriza o exterior. Olhando de fora, pode parecer estranho que um prédio na beira do Guaíba seja praticamente todo fechado, sem vista para o pôr-do-sol, mas não é nada disso. Tem algumas janelas ao longo da rampas, em posições provavelmente escolhidas a dedo, que proporcionam uma visão fantástica do rio e da cidade. Tão fantástica que entre as atrações do museu está olhar para fora, como se ali estivesse também uma pintura. E de certa forma está um quadro que faz as pessoas lembrarem que Porto Alegre é um lugar legal. Eu mesma, ouvi mais de um grupinho relembrando saudosamente a história da cidade enquanto admirava a vista.
Outra prova de que o objetivo da Fundação Iberê Camargo, que é “preservar o acervo, promover o estudo e a divulgação da obra do artista e estimular a interação de seu público com a arte (...)”, está se concretizando no novo lar são os artistas e estudantes que lá vi neste sábado, sentados em grupos, reproduzindo as pinturas ou discutindo suas técnicas. Fora os estrangeiros, com os quais estamos pouco acostumados aqui na terrinha e que perambulavam e podiam entender tudo nas plaquinhas devidamente traduzidas para inglês (outro sinal de civilidade nem sempre presente nos museus brasileiros).
O passeio, como disse, terminou no café, de onde também se enxerga o Guaíba. O pôr-do-sol estava tímido, como estava o sol durante o dia. Boa desculpa para repetir a visita.
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>>> Veja no flickr do Ida&volta: mais fotos da visita ao Iberê Camargo
>>> Veja no hagah: horário de funcionamento e mapa do museu
Histórias, dicas, lembranças e planos de viagens para quem adora passear por aí (e depois voltar para casa). Por Tatiana Klix
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